O JOGO DE BUZIOS E ODUS

Resumo Sobre  O JOGO DE BÚZIOS
O búzio é uma concha do mar encontrado em praias litorâneas.O jogo de búzios é um aprendizado de conhecimentos preciosos em que a memória exerce um papel muito importante, ou seja, é lá na memória ou cabeça, que se vai guardar uma enorme série de histórias, lendas e caídas que decifram, a vida de uma pessoa. O intermediário do Merindilogún, ou seja, desta forma de jogo, não é Ifá; e sim, Exu. Ifá tem a sua modalidade particular de jogo. Diz uma lenda que apenas Exu tinha o dom da adivinhação. Mas, a pedido de Orunmilá, Exu transmitiu seus conhecimentos a Ifá e em troca Exu recebeu o privilégio de receber sempre em primeiro lugar as oferendas e sacrifícios antes de qualquer outro orixá.Diz ainda que Oxum era a companheira de Ifá e os homens lhe pediam constantemente que respondesse às suas perguntas. Oxum contou o caso a Orunmilá que concordou que ela fizesse a adivinhação com a ajuda de 16 (dezesseis) búzios. Porém, as respostas seriam indicadas por Exu. Exu, então, voltou à antiga função, ou seja, a de responder às perguntas de Oxum. Por vingança, Exu passou a atormentar com mais raiva os filhos de Oxum. O jogo de búzios é o instrumento de maior consulta constante do Babalorixá ou Yalorixá, pois é através dele que ele(a) irá dirigir diversas situações dentro da casa de orixá. No começo do aprendizado do jogo de búzios, começa-se a jogar com quatro,  oito e depois os dezesseis búzios. O jogo de quatro búzios, também chamado de "Jogo de Confirmação".  Esta modalidade é usada, para confirmar caídas feitas anteriormente com os outros búzios, ou ainda, esta forma de jogo é usada para se obter respostas rápidas dos orixás, por exemplo:
Quatro  búzios abertos significa "tudo ótimo"
Três búzios abertos e um fechado ,"talvez",poderá dar certo ou não ;
Dois) búzios abertos e dois  fechados: a resposta é afirmativa; "tudo bem"
Três  búzios fechados  um aberto: é "não", ou seja, “negócio não realizável"
quatro búzios caírem com quatro partes fechadas, não se deve insistir em perguntar o que se quer saber, além de ser nula esta caída, vem acompanhada de “maus presságios”.
Além disso, este Jogo de Confirmação ou Jogo dos 04 (quatro) Búzios também é chamado de "Jogo de Exu", porque segundo alguns antigos Babalorixás, quem responde nesse jogo é Exu, pela precisão e rapidez nas respostas.

O MITO DA CRIAÇÃO (Segundo a Tradição Yorubá)
Olodumaré enviou Oxalá para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 (cinco) dedos e um camaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por último, colocaria o camaleão para saber se a terra estava firme.
Oxalá foi avisado para fazer uma oferenda à Exu antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um orixá funfun, Oxalá se achava acima de todos e, sendo assim, negligenciou a oferenda à Exu. Descontente, Exu resolveu vingar-se de Oxalá, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo outra alternativa, Oxalá furou com seu opasoro o tronco de uma palmeira. Dela escorreu um líquido refrescante que era o vinho de Palma. Com o vinho, ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.
Olodumaré, vendo que Oxalá não havia cumprido a sua tarefa, enviou Oduduwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Oxalá estava embriagado, Oduduwa cumpriu sua tarefa e os outros orixás vieram se reunir a ele, descendo dos céus, graças a uma corrente que ainda se podia ver no Bosque de Olose.
Apesar do erro cometido, uma nova chance foi dada à Oxalá: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigível, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.
Oduduwa interveio novamente. Acabou com os monstros gerados por Oxalá e criou homens sadios e vigorosos, que foram insuflados com a vida por Olodumaré.
Esta situação provocou uma guerra entre Oduduwa e Oxalá. O último, Oxalá, foi então derrotado e Oduduwa tornou-se o primeiro Oba Oni Ifé ou "O primeiro Rei de Ifé".

 O QUE SERIAM ORIXÁS-ANCESTRAIS?
Para os povos africanos, em particular, para os yorubás, fons e bantos, a religião é a base para sua existência diária.
Ainda pela manhã, os yorubás, por exemplo, fazem uma série de adúràs e orikìs, ou seja, rezas e invocações para que o dia corra bem. Durante o dia ainda, vários atos serão feitos lembrando sempre a tradição religiosa. Nas horas das refeições, enquanto a família estiver reunida também várias saudações serão feitas, agradecendo a Olódùmarè e aos Orixás-Ancestrais a graça da alimentação.
Agora, por que estes povos se portam assim?
Usamos o termo Olódùmarè por representar para o povo yorubá, “o criador de todas as coisas” ou “a divindade suprema acima dos Orixás-Ancestrais”.
Os povos de Ketu, Oyó, Ijesá, Ibadan e Ifé não só prestam culto à divindades naturais, mas também cultuam à ancestralidade, pois para os yorubás a reencarnação existe (atun wá), ou seja, a pessoa morre e renasce no mesmo seio familiar ao qual pertencia. Aí entra o orixá-ancestral de cada família que por tradição será o orixá-dominante de toda uma região. Por exemplo, Xangô em Oyó, Ogun em Irê, Oxum em Ijexá, Oxossy em Ketu e assim por diante.
Como podemos observar, esses orixás são patronos e dominantes de cada região, acreditando os yorubás serem eles ancestrais nestes lugares, isto é, viveram ou construiram estas regiões, como Xangô ainda em exemplo teria sido o maior Alafin ou rei de Oyó.
Como podemos entender é que lá na Nigéria os yorubás cultuam esses orixás como sendo seus antepassados, isto é, o culto à orixá está ligado ao culto da ancestralidade.

Resumo sobre o ORI
ORI RERE = ORI de sorte  - ORI BURUKU = ORI sem sorte ORI INU = "Cabeça Interna" É o ORINU que gerencia a cabeça física do homem. É o orixá mais importante do ser humano, pois ele é ÚNICO, cada pessoa tem o seu. É Ele quem conhece e está ligado ao destino de cada indivíduo, conhece e sabe das suas restrições, das suas fragilidades , das suas potencialidades. É o ORI que viabiliza a comunicação entre o indivíduo e o seu próprio Orixá, buscando assim, através dos rituais de EBÓ, BORI e iniciação a maior harmonia possível do ser humano na terra, criando melhores possibilidades em todos os setores da vida. A manutenção deste novo estado também depende da continuidade das oferendas.

APARÍ INÚ – A cabeça espiritual
Atefun apelido sábio de Ifá advinha o oráculo às 401 divindades, estavam indo ao estado da perfeição, o sábio de Ori adivinhou, oráculo para Ori, estava indo ao estado da perfeição ( Odè Aperè ), mandou-lhe fazer sacrifício, somente Ori, o único que fez, o seu sacrifício foi abençoado, portanto Ori é maior que todas as divindades, somente Ori chegou ao estado da perfeição. Ori num primeiro momento quer dizer cabeça;– o ápice de todas as coisas; o mais alto desempenho, portanto contém o superlativo. A cabeça é a parte mais alta e mais importante do corpo do ser humano, é a moradia do cérebro que controla o corpo inteiro e o ser supremo é Olodumarê. No corpo Humano Ori se subdivide em duas colocações:
A cabeça física é o crânio humano, onde está o cérebro que usamos para o pensamento e controle das outras parte do corpo, consciente ou inconsciente; os olhos para tudo ver, o nariz para respirar e cheirar, ouvidos para ouvir, a boca para alimentar e falar, a língua para saborear; nossa essência masculina ou feminina está na cabeça, o rosto que dela faz parte nos distinguem uns dos outros imprimindo uma identidade individual; sem a cabeça o ser humano seria como qualquer “X”.
A cabeça espiritual está dividida em mais duas parte:
Aprí-Inú cabeça espiritual interna
Ori-Aperè - santo pessoal, destino ou parte divina de cada um: escolhido por Ajalà .
Ori Aperè é a acumulação de destino individual, isto é, Akùnleyan, Akùnlegbà e
Ayànmò.
Akunleyan é a parte do destino que cada um escolhe por vontade ( livre arbítrio )
Akunlegba é a parte do destino o qual está adicionada como complemento de Akunleyan.
Ayanmo é aquela parte do destino que nunca pode ser mudado. 

ODÙ
A palavra odù vem da língua yorubá e significa “destino”. Portanto, odù é o destino de cada pessoa.
O destino é, na verdade, a regra determinada a cada pessoa por Olodumaré para se cumprir no àiyé, o que muitos chamam de missão. Esta “missão” nada mais é do que o odù que já vem impresso no ìpònrí de cada um, constituído numa sucessão de fatos, enquanto durar a vida do emi-okán ou espírito encarnado na terra.
Enquanto a criança ainda não nascer, ou seja, enquanto ela permanecer na barriga de sua mãe, o odù ou destino desta criança ficará momentaneamente alojado na placenta e só se revelará no dia do nascimento da criança.
Cada odù ou destino está ligado a um ou mais orixá. Este orixá que rege o odù de uma pessoa influenciará muito durante toda a vida dela. Mas, nem por isso ele será obrigatoriamente o orixá-ori, ou "o pai de cabeça" daquela pessoa, ou seja, o orixá-ori independe do odù da pessoa. Vejamos um exemplo: um omon-orixá de Yansã que tenha no seu destino a regência do odù ofun (que é ligado à Oxalá), essa pessoa terá todas as características dos filhos de Yansã: independentes, autoritários, audaciosos. Mas, sofrerá as influências diretas do odù ofun, trazendo portanto para este filho de Yansã, lentidão em certos momentos da vida. Situação esta desagradável para os filhos de Yansã, que tem a rapidez como marca registrada.
Os odùs ou destinos são um segmento de tudo que é predestinação que existe no universo, conseqüentemente, de todas as pessoas.
Os odùs, além de serem a individualidade de cada um, também são energias de inteligências superiores que geraram o “Grande Boom”, a explosão acontecida a milhares de anos no espaço que criou tudo.
Dentro de um contexto específico(pessoal ou social) em nosso planeta esses odùs podem seguir um caminho evolutivo ou involutivo, por exemplo: existe um odù denominado de odi. Foi Odi que em disfunção gerou as doenças venéreas e outras doenças resultantes de excessos e deturpações sexuais. Traz em sua trajetória involutiva a perversão sexual e é ainda através desse lado involutivo de odi que acontece a perda da virgindade e a imoralidade.
Porém, como expliquei, existe o lado evolutivo e o próprio odù odi citado aqui em nosso exemplo possui características boas e marcantes como: caráter forte e firme e tendência a liderança.
Na verdade, são os odùs que governariam tudo que está ligado a vida em todos os sentidos.
Abaixo, relaciono os 16 (dezesseis) principais odùs e seus orixás correspondentes:
ODÙ
ORIXÁ
1.Òkànràn
Exu
2.Éji Òkò
Ogun e Ibeji
3.Étà Ògúndá
Obaluaiye e ainda Ogun
4.Ìròsùn
Yemanjá
5.Òsé
Oxum
6.Òbàrà
Oxossy, Xangô, Yansã e Logun-Edé
7.Òdì
Exu, Omolu
8.Éjì Onílè
Oxaguian
9.Òsá
Yemanjá e Yansã
10.Òfún
Oxalá
11.Òwórín
Yansã e Exu
12.Èjìlá Seborà
Xangô
13.Éjì Ológbon
Nanã
14.Ìka
Oxumarê
15.Ogbègúndá
Obá e Ewa
16.Àlàáfia
Orunmilá

ODU
O ODU (caminho individual) é revelado ao iniciado após os rituais de iniciação.
É Ele também que revela os seus tabus, os orixás aos quais o iniciado está ligado, é Ele quem dá o seu caminho, código de conduta perante à vida.
Existem 16 ODUS principais que se desdobram em 256.
O ODU pode ser chamado do signo individual.
Dentro da cada ODU há os ITAN (mito , história).